quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Porta de Centro Comercial de Maceió faz a festa da economia informal

06/09/10 09:11

Sidléia Vasconcelos


A falta de qualificação e oportunidade de emprego têm levado centenas de pessoas ao trabalho informal. Estima-se que hoje, quase 50 milhões de brasileiros vivem nessa situação, e Maceió não está fora dessas estatísticas. Basta passar pelas ruas do Centro da Capital, entre elas as que cercam a Praça dos Palmares e contornam a esquina do prédio Ary Pitombo, do INSS, que logo se depara com dezenas de ambulantes disputando os espaços.


Na capital alagoana, bem como nas demais grandes cidades, a economia informal desenvolve e se torna cada vez mais imensa e presente em todos os ramos de atividades. A área da Praça dos Palmares concentra um comércio bastante diversificado, que vai desde ervas medicinais até frutas e verdura, algumas até que nem sempre são encontradas em supermercados, e o que é melhor para os consumidores, com o preço mais acessível. São mangas, genipapos, morangos, jabuticabas, uvas, tudo conforme a safra e agora também são vendidos no local legumes e verduras.


Mas não são apenas frutas, verduras e legumes. Quem passa por lá se depara com carrinhos de sanduíche, lambe-lambe (fotógrafos), eletrodomésticos entre outros, e a noite, os famosos churrasquinhos tomam conta das calçadas. É a denominada lei da sobrevivência onde cada um se vira como pode. Ao lado fica o camelódromo com um também diversificado coomércio que vai da moda aos produtos eletrônicos e eletrodomésticos.

Diante do desemprego, são muitos os que procuram o comércio informal para garantir o sustento da família, a exemplo da ambulante Aline Santos - que há dois anos comercializa frutas no local. Segundo ela, o mercado está cada vez mais exigente, e sempre em busca de pessoas qualificadas, e a informalidade é uma forma de se conseguir uma renda e garantir o sustento em casa. “Cada um investe no que pode. Não é um meio que se consiga muito lucro, mas é o que da para comercializar. É melhor do que estar desempregada”, justifica.


O comerciante Adalberon – que há mais de quatro anos está no comércio informal, vendendo frutas e verduras – disse que está foi a opção encontrada para não ficar sem trabalhar. “Há um bom tempo trabalho em feira livre. Antes de vir para Praça dos Palmares, vendia no Mercado da Produção, é um trabalho complicado porque um dia vende bem, no outro não. Mas é o que eu posso fazer, dependo desse trabalho para sustentar minha família, pagar aluguel, comprar comida, roupa e calçado”, declara
Assim como Aline e Adalberon, centenas de pessoas encontraram no comércio informal a melhor formar para vencer o desemprego e, mesmo com a falta de estrutura que vários ambulantes alegam ter, é por meio dessa informalidade que eles se sustentam.
Embora não gere impostos, a informalidade tem um lado favorável, funciona como uma válvula de escape para o grave problema social gerado pelo desemprego. São tantos ambulantes naquela Praça que o olhar acaba se perdendo nas contas.


Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que no Brasil, cerca de 45% das pessoas em idade economicamente ativa não possuem carteira assinada ou parte delas trabalha por conta própria. De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de cada dez novos empregos gerados nos últimos 14 anos, 7 foram informais.


Preço abaixo
Enganam-se quem pensa que os freqüentadores se incomodam com a presença dos ambulantes. É que segundo eles, os produtos de lá são comercializados a um preço mais baixo que nos demais locais. “Além de ser mais barato, encontramos frutas que nos supermercados não tem”, diz a dona-de-casa Maria Nailza.



por Sidléia Vasconcelos

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