quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Empresa Orla Rio decide sair mais cedo da areia da praia
Flávia Salme, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - A operação Choque de Ordem nas Praias sofreu nesta quarta-feira a primeira baixa, uma semana após ser iniciada nas areias do Arpoador ao Leblon. A Orla Rio (empresa que administra a maioria dos quiosques do calçadão) anunciou seu desligamento da Associação de Barraqueiros do Rio de Janeiro – PróRio, também conhecida como Orla 2010, que assinou convênio com a prefeitura para coordenar o trabalho dos vendedores das areias. O negócio levou centenas de barraqueiros a protestarem contra o monopólio da empresa, noticiado em primeira mão pelo Jornal do Brasil no último dia 8. A Orla Rio diz que seu envolvimento “tem sido mal-interpretado”.
No convênio assinado na noite do último dia 2, a PróRio se comprometeu a realizar as operações de carga e descarga dos equipamentos cedidos aos barraqueiros, além de doar veículos para o trabalho de fiscalização da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop). De acordo com os vendedores contrários ao acordo, quem não assinasse um termo de compromisso com a PróRio perderia o direito de trabalhar nas areias. Os descontentes reclamam de uma cláusula do contrato que obriga os associados a venderem apenas produtos das empresas que, indiretamente, participem da execução do convênio.
Em troca do acordo, assinado sem licitação, a PróRio cedeu 11 caminhonetes cabine dupla, 9 quadriciclos, 2 vans e 1 caminhão de carga, além de mais R$ 500 mensais, por veículo, para o combustível usado no trabalho de fiscalização. Os barraqueiros que acusam a Orla Rio de monopólio dizem temer que a entrega dos veículos esteja ligada à obrigatoriedade da venda exclusiva de produtos das fabricantes de bebidas e comestíveis que financiam o grupo conveniado.
Em nota, a Orla Rio afirmou que só quis ajudar.
“O intuito da empresa detentora da concessão dos quiosques da orla carioca há mais de dez anos foi apenas colaborar as melhorias urbanas que o Prefeito Eduardo Paes vem desenvolvendo.”
O documento informou ainda que o vice-presidente da Orla Rio, João Marcello Barreto deixou o cargo de presidente da PróRio, não sem antes assegurar que ele “deixará R$ 1,5 milhão como contribuição ao município (referente a) todo o investimento dos mobiliários, além dos custos das despesas da contrapartida acordada no convênio com a Seop”.
A secretaria se limitou a dizer que nada vai mudar no Choque de Ordem nas Praias. Mas barraqueiros envolvidos no processo afirmaram que nesta quarta mesmo houve interrupção do recadastramento dos vendedores.
No último dia 9, o secretário Rodrigo Betlhem explicou ao JB que havia optado por não fazer a licitação porque recebeu um documento assinado por 800 barraqueiros. Para Bethlem, a adesão mostrou consenso entre a categoria. Contudo, vendedores contrários à entrega da coordenação do trabalho nas areias à PróRio alegam favorecimento a João Barreto.
– A praia é um espaço público da União. A prefeitura pode apenas realizar eventos esportivos e culturais nas areias. Já recorri ao Ministério Público e vou continuar lutando para que seja feita a licitação – disse Luiz Edmundo Xavier, presidente da Associação QPraia, contrária ao grupo da Orla Rio e que diz ter reunido 500 assinaturas contra o convênio.
21:51 - 16/12/2009
fonte: JB online
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