segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Prefeitura não permitirá objetos de vidro na virada

Flávio Dilascio, Jornal do Brasil


RIO DE JANEIRO - A Prefeitura do Rio decidiu radicalizar para que a festa do Réveillon 2010 na orla não distoe das ações de choque de ordem que vêm sendo promovidas na cidade desde o início do ano. Em Copacabana, onde são esperadas cerca de 2 milhões de pessoas, vendedores ambulantes serão barrados em 32 barreiras de fiscalização e estão proibidos os portes de objetos de vidro e fogos de artifício, estes restritos aos responsáveis pelo espetáculo pirotécnico.

A única ressalva nos ítens acima diz respeito às garrafas de champanhe, que serão toleradas por causa de sua tradição no Réveillon.

– Chegamos à conclusão de que muitos ferimentos em grandes eventos são causados por objetos de vidro – afirma o subsecretário de fiscalização da Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop), Luiz Medeiros.

Mas quem quiser fazer seu brinde ao novo ano terá que levar o líquido borbulhante de casa, pois será proibida a venda na orla.

– É uma questão de bom senso. Permitimos o champanhe, que é armazenado essencialmente em garrafas e só vamos apreendê-las se virmos que estão sendo comercializadas – completa o secretário especial de Turismo e presidente da RioTur (Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro S.A), Antonio Pedro Figueira de Mello.

Apesar de todo esquema estar montado, a Seop reconhece que terá dificuldade em reconhecer ambulantes nas barreiras de fiscalização, pois eles podem alegar que levam as bebidas para consumo próprio.

– Vamos analisar caso a caso e, a fim de evitar falhas na filtragem da entrada dos ambulantes, percorreremos as ruas com uma equipe itinerante. Geralmente, os ambulantes usam rodinhas nos isopores e nosso padrão de ação será abordar pessoas com essas características – revela Luiz Medeiros.

O Corpo de Bombeiros também será o responsável por fiscalizar um dos itens mais polêmicos do plano de contingências da prefeitura: não serão permitidos o uso de fogos de artifício e explosivos, que não façam parte do evento pirotécnico.

– Determinamos isso baseados na Lei Municipal número 5390, de 5 de fevereiro de 2009, que diz que somente pessoas autorizadas podem soltar artefatos na rua – esclarece o diretor de diversões públicas do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Roni de Azevedo.

Contingente recorde

Para executar a fiscalização na área compreendida entre o Leme e o Posto 6, estão escalados 1.310 homens, dentre agentes do Grupamento Tático Móvel (GTM), Grupamento de Apoio ao Turista (GAT), Grupamento Especial de Praia (GEP), Grupamento Especial de Trânsito (GET), Grupamento de Cães de Guarda (GCG), Grupamento de Ações Especiais (GAE) da Guarda Municipal, Agentes de Controle Urbano (ACU) e demais equipes da Seop.

– Atuaremos com 13 comboios, equipes de guarda junto aos quatro palcos e 130 veículos rodando. Essa será a maior operação que a Guarda Municipal já fez em um evento no Rio – diz o subsecretário de fiscalização da Seop, que ainda afirma que serão destacados 800 homens para as outras áreas de shows da cidade.


Alteração no Leme

Outra mudança em relação ao Réveillon do ano passado será quanto ao trânsito no Leme. Para facilitar o fluxo de moradores no bairro, a partir das 18h do dia 31 não será permitido o estacionamento no lado direito da Rua Gustavo Sampaio.

– Essa rua é o único acesso ao Leme que não é bloqueado, portanto, queremos facilitar o tráfego por ali – afirma Claudia Antunes Secin, diretora-presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio), que bloqueará 24 pontos de entrada em Copacabana a partir das 18h de quinta-feira.

As novidades não param por aí. Neste Réveillon, o Corpo de Bombeiros inaugurará um novo tipo de viatura, mais eficiente segundo avaliação da corporação.

– Pela primeira vez na América Latina um grupamento nosso estará usando viaturas híbridas, que farão qualquer tipo de atendimento – diz o comandante do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, coronel Luiz Guilherme. – Até o momento, trabalhávamos com três tipos de viatura: uma para incêndio, outra para salvamentos e outra para atendimentos ambulatoriais – explica o militar.


Apelo por menos bebida e papel picado

Além do controle dos recipientes de vidro e da proibição de soltar fogos nas áreas de grande aglomeração de Copacabana, a prefeitura pede que a população colabore, evitando fazer uma prática bem comum no dia 31: a chuva de papéis picados nas ruas do Centro.

– Entraremos em ação na limpeza do Réveillon a partir das 6h do dia 1º. Para facilitar esse processo, pedimos à população que jogue menos papéis picados nas ruas da cidade – apela o diretor de serviços da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb-RJ), Luis Guilherme Osório Gomes, que ganhou o apoio da prefeitura, através da Secretaria Municipal de Turismo.

– O papel picado é poluente, ecologicamente incorreto e ainda entope bueiros. Faço aqui um apelo à população para que evite esta prática, que, apesar de tradicional, contribui para a poluição da cidade – destaca o presidente da Secretaria Municipal de Turismo e da Riotur, Antonio Pedro Figueira de Mello.

Diferentemente das garrafas e copos de vidro, o papel picado não será reprimido, apesar do pedido das autoridades para que a população não suje as ruas.

– No caso dos papéis picados, não vamos atuar repressivamente. Estamos trabalhando uma conscientização da população a respeito deste problema, e nada mais – diz Antonio Pedro.


Controle na bebida

A prefeitura pede ainda que a população beba com moderação, para evitar incidentes, como brigas e problemas de saúde durante a festa.

– Sabemos que o Réveillon é uma época onde as pessoas procuram utilizar bebidas alcoólicas, só que muitos não sabem beber na medida certa e acabam causando transtornos a si mesmos ou à multidão – lembra o secretário municipal de Turismo.


fonte: JB online

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