Laura Machado | Rio+ | 16/12/2009 13:23
Em visita ao SRZD, na manhã desta quarta-feira, o secretário da Ordem Pública, Rodrigo Betlhem, destacou que as maiores demandas de sua pasta são feitas por moradores dos bairros do subúrbio e da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Além disso, no bate papo com o jornalista Sidney Rezende, o secretário explicou a polêmica do monopólio de venda de produtos, que envolve o projeto Choque de Ordem nas Praias, e contou os planos para o Choque de Ordem no Carnaval.
Segundo Betlhem, a ideia inicial era que apenas uma empresa tivesse exclusividade na orla em troca de ajudar a administração. No entanto, como esta seria uma grande intervenção, porque obrigaria o banhista a beber somente uma marca a ideia foi abortada.
"Fizemos um documentos assinado por 800 barraqueiros que se comprometeram a assumir as obrigações como colocar barracas padronizadas, manter o entorno limpo e outras ações. Demos a licença para os barraqueiros. O barraqueiro é dono da sua licença. Eles têm obrigação com a Prefeitura. Pode comprar as bebidas e comidas que quiser, dentro das regras da legislação", justificou Betlhem.
Veja vídeo da primeira parte da entrevista:
Ele disse ainda que onde os ambulantes vão efetuar a compra de sua mercadoria não é um problema da administração municipal. De acordo com o secretário, a única obrigação dos barraqueiros com a prefeitura é seguir as regras estabelecidas. "As associações assinaram um convênio com a prefeitura, mas onde eles vão comprar os produtos é um problema deles. Não temos nada com isso. Até onde sei, eles se associaram para ter uma forma para melhorar o serviço. Mas ninguém é obrigado a comprar nada de ninguém. É obrigado a seguir as regras estabelecidas", avisou.
'A cultura da desordem é democrática'
"Quebrando um paradigma, quem mais tem nos demandado mais presença da operação Choque de Ordem são os bairros do subúrbio e da Zona Oeste. As pessoas pensavam que o espaço público não é de ninguém. É a cultura da cidade. A cultura da desordem é democrática no Rio", garantiu Betlhem. Ele explicou que a administração municipal tem atuado em diferentes regiões da capital fluminense, sem qualquer tipo de preconceito com classes sociais.
"Agimos em todos os cantos da cidade. Já demolimos casa a um quarteirão da praia, na Rocinha, retiramos mesas e cadeiras de bares de bairros da Zona Sul. Rebocamos carros em toda a cidade. Temos buscado fazer uma ação para mostrar que lei tem que ser para todo mundo", relembrou o secretário.
Veja segunda parte da entrevista:
Betlhem reconheceu também a dificuldade que tem enfrentado em locais considerados de risco para fazer cumprir a ordem urbana. Segundo ele, a ausência do poder público durante anos permitiu que grupos armados estabelecessem regras para as comunidades. "Tem duas cidades numa só. É a realidade. A prefeitura e governo do Estado não tinham responsabilidade nenhuma (sem política habitacional), por isso foram surgindo as favelas. A própria concepção desses locais é a concepção da absoluta ausência de regras. Já que o poder público não esta lá grupos armados tomam conta e fazem suas regras. É assim na Rocinha, no Vidigal", explicou. "A demolição na Rocinha (onde foi derrubado o esqueleto do prédio conhecido como Minhocão) tinha suspeita que o tráfico era o patrocinador da obra, por isso foi necessária a polícia na ação", complementou. Betlhem afirmou ainda que as comunidades não precisam apenas de políticas públicas, mas também de políticas sociais.
Choque de Ordem no Carnaval
Betlhem adiantou ao SRZD alguns planos para manutenção da ordem durante o período de folia. Segundo ele, será aumentado o efetivo da Guarda Municipal nas ruas e a quantidade de banheiros químicos. "Vamos fiscalizar principalmente o pipi na rua", avisou o secretário, que garantiu que quem for flagrado urinando em local público será preso.
A respeito do comércio ambulante durante o carnaval, o secretário anunciou que será feito um cadastramento para os vendedores. Porém, garantiu que a ideia da gestão municipal é apenas organizar a festa. "Os blocos vão poder vender cerveja e refrigerante. Os ambulante serão cadastrados. Temos que ofertar o serviço, mas dentro de um mínimo de organização, sem retirar a espontaneidade do carioca. Ninguém vai colocar ninguém para marchar", destacou.
Eleições 2010
Betlhem, que se licenciou do cargo de deputado federal para assumir a pasta da Ordem Pública, contou durante a entrevista, que irá se afastar do comando da Seop até abril do próximo ano. Ele pretende renovar seu mandato, em Brasília, por isso terá que se afastar para poder disputar as eleições de 2010.
Choque de Ordem na leitura
Ao final do bate papo com Sidney Rezende, Betlhem recebeu um livro com um selo da campanha do SRZD de doação de livros. O secretário aprovou a iniciativa do site e garantiu que irá seguir as regras. "Vou ler e depois repassar o livro para que outra pessoa possa ter a oportunidade de ler também", avisou Betlhem.
fonte: blog SRZD
Nenhum comentário:
Postar um comentário