quinta-feira, 27 de maio de 2010

Assim como no Rio ,Kassab aperta o cerco aos ambulantes irregularesem São Paulo



Prefeitura anunciou mais seis áreas em que haverá presença diária da Polícia Militar nas ruas da capital, além dos seis locais onde a PM já faz operações. Prefeito quer realizar ‘sonho’ de ver a cidade livre de camelôs até o fim de sua gestão

Luísa Alcalde, Mariana Lenharo

A Prefeitura de São Paulo vai fechar ainda mais o cerco aos camelôs irregulares. Na próxima segunda-feira, a PM vai ampliar em 500 o efetivo destinado ao combate dos ambulantes ilegais na cidade. O número de homens da corporação envolvidos nesse tipo de operação vai saltar de 770 para 1.270 - o equivalente a dois batalhões da Polícia Militar.

Esse trabalho, iniciado em dezembro após convênio entre a Prefeitura e Estado, já é feito em seis regiões da cidade onde havia aglomeração de ambulantes: 25 de Março, Florêncio de Abreu, Brás, Santa Ifigênia e José Paulino, no centro; e Largo 13, em Santo Amaro, zona sul. Ontem, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou mais seis locais onde haverá presença da PM: o centro velho e áreas das subprefeituras de Vila Mariana, Casa Verde, Santana, Pinheiros e Lapa.

Na Rua Pedro de Toledo, Vila Mariana, as opiniões dos comerciantes divergem. “Não é porque sou lojista que desejo o mal para os camelôs, quero que eles também possam trabalhar, mas de maneira organizada”, disse Beta Campos, dona de uma loja de bijuterias. A comerciante, que foi ambulante por quatro anos, teme que a PM seja truculenta. Já Fábio Contiero, dono de uma loja de roupas na mesma rua, é mais otimista. “Eles são uma concorrência desleal e atrapalham o fluxo de pessoas na calçada.”

A ampliação da operação vai ao encontro do “sonho” revelado por Kassab no ano passado - um dia após ter sido reeleito - de ver São Paulo livre de camelôs até o fim de sua segunda gestão.

De agora em diante, nesses pontos, só podem trabalhar ambulantes com autorização da Prefeitura e que tiverem visível nas barracas o Termo de Permissão de Uso (TPU). Ao anunciar a extensão da “operação delegada”, nome dado ao trabalho da PM, Kassab disse tratar-se da mais importante parceria entre Prefeitura e Estado nos últimos anos. Por meio do convênio, a PM recruta seus homens em horário de folga para fazer a segurança na cidade e a Prefeitura paga por essas “horas extras”. O mecanismo passou a ser conhecido como “bico oficial”.

“Por exemplo, na 25 de Março, o combate é ao comércio ilegal de mercadorias. É um convênio que vai muito bem”, afirmou Kassab. Segundo ele, a partir de segunda-feira, os 1.270 homens da PM atuarão em áreas de oito subprefeituras. E em quase 100 locais. “E vamos continuar ampliando.”

Segundo o Comandante Geral da PM, coronel Álvaro Camilo, o comércio irregular causa desordem urbana e o infrator da lei se aproveita dessa oportunidade. “Na 25 de Março, a criminalidade caiu 80%. Antigamente, nem carro passava na 25 de Março.”

Desde 2007 não são emitidos TPUs pela Prefeitura. De janeiro de 2005 a setembro de 2009, o número de camelôs legalizados caiu de 7.051 para 2.424. Só no Largo da Concórdia, no Brás, havia cerca de 2 mil ambulantes. Antes tomado por centenas de barracas, o local virou uma praça.

Para Gil Santos, da Cooperativa Nacional do Comércio Informal do Micro e Pequeno Empreendedor, colocar PM na rua para inibir o trabalho dos camelôs não vai resolver. “A Prefeitura tem de oferecer alternativas de locais organizados para eles trabalharem

fonte: Jornal da Tarde

Nenhum comentário: