Redação SRZD | Rio+ | 15/11/2009 11:46
O governador Sérgio Cabral disse ser a favor da legalização das drogas durante uma entrevista publicada no "Jornal do Brasil", deste domingo. Apesar de se demonstrar a favor, Cabral diz que só é bom legalizar se tiver aval da Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Sou favorável à liberação das drogas, desde que seja um pacto internacional. Senão pode o Brasil virar a Walt Disney das drogas", disse.
Porém, Cabral ressalta que antes de qualquer debate sobre a legalização deve haver uma discussão nos foros internacionais, começando pela Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde (OMS), pensando nos seus prós e contras. Para ele, a proibição aumenta o número de mortos no estado. Além disso, o governador chamou de atrasados os países que têm esse tipo de legislação.
"Acho que nessa lógica da proibição pela proibição, o resultado é uma quantidade de mortes muito maior do que se nós tivéssemos uma legislação mais inteligente, mais voltada para a vida como ela é. Essa legislação não está no arcabouço do estado de direito democrático, ela está no arcabouço comportamental, de valores, arraigados na sociedade internacional, a começar pelos Estados Unidos da América, que é a vanguarda do atraso nessa concepção atual no mundo."
Depois de se posicionar em relação a legalização das drogas, Cabral defendeu a autonomia federativa dos estados e comparou o país com o modelo dos Estados Unidos.
"No Brasil, o Rio tem a mesma legislação do Acre, quando o Acre tem problemas ambientais que o Rio de Janeiro não tem e que, portanto, teria que ter uma legislação específica. Você vai ver a Constituição, está tudo concentrado em Brasília, no Congresso Nacional. Essa é a grande desgraça do Brasil. Esse é um tema que o Brasil profundamente deve discutir, que não está na agenda da imprensa, não está na agenda de lugar nenhum", lamentou.
Ele caracterizou o vício como um problema de saúde pública e admitiu não ter políticas públicas suficientes para tratamento dos usuários.
"É um debate para a OMS, tem que ser visto com toda uma estrutura legal em termos de saúde pública, de prevenção. Hoje, o que acontece? O usuário tem crises e não há uma política pública", disse Cabral.
O governador lembrou também que há várias clínicas com as quais o governo do estado faz convênios.
"Vou dar um exemplo de um trabalho lindo que a gente faz com um pastor da Assembleia de Deus, o Isaias Maciel. A gente está fazendo um trabalho com ele e várias clínicas, e a prefeitura do Rio também começou a fazer. Um trabalho de repressão", concluiu
fonte: Redação SRZD
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