segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Risco à saúde de doentes renais

Risco à saúde de doentes renais
Apesar de terem obtido liminares na Justiça obrigando o governo do estado a fornecer remédios, pacientes ficam sem o tratamento

Rio - Nem com ordem judicial pacientes com problemas renais que necessitam dos remédios fornecidos pelo estado conseguem ter acesso ao tratamento. Segundo a Associação dos Doentes Renais e Transplantados do Rio (Adreterj), o governo não cumpre liminares, o que coloca em risco a saúde várias pessoas. Há falta até de medicamentos para evitar a rejeição de órgãos.

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Paulo César e Maria estão sem os medicamentos há vários meses.Transplantado há um ano e meio, Paulo Sérgio de Oliveira, de 53 anos, teme perder o novo rim devido à falta de Ezerolinus, que evita a rejeição. Ele conta que, em setembro, a médica receitou o produto. A caixa que dura um mês, custa R$ 1,8 mil. Como não conseguiu retirá-lo, o ele decidiu entrar na Justiça em outubro. “Fiz seis anos de hemodiálise sonhando com o transplante. Tenho medo de perder o órgão. Conto com doações de amigos para fazer tratamento”, lamenta.

Problema semelhante passa o funcionário público Paulo César Leonardo Santos, de 53 anos. Fazendo hemodiálise três vezes por semana, ele precisa tomar 8 comprimidos de Calcitriol por sessão para repor cálcio no organismo. Entretanto, não recebe o medicamento há dois meses. “Já tomei remédio vencido para não ficar sem tratamento. Conto com doações, mas tive que reduzir os comprimidos. Nem com liminar o governo dá os remédios e não há previsão para mandarem o produto”, disse.

Com perda de 40% do rim, a dona de casa Maria da Paz, de 57 anos, precisa de Persantin para garantir o funcionamento do órgão e evitar a hemodiálise. “Tenho liminar desde 2004, mas não consigo o remédio. Não tenho como comprar e fico deprimida quando não consigo tratamento do governo.”

Estado diz que distribuição será normalizada

O superintendente de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, Flavio Badaró, informa que o Ezerolinus, por exemplo, não faz parte de sua grade de medicamentos, mas que trabalha com o similar Sirolimo, que está com a distribuição normal. Além disso, ele explicou que o Persantin também não está na lista. Em relação ao Calcitriol, a Secretaria Estadual de Saúde garante que o processo de compra encontra-se em andamento, e a distribuição será normalizada até a primeira quinzena deste mês.

Segundo o vice- diretor da Adreterj, Alfredo Duarte, o estado não informa aos pacientes cadastrados quando e se vai repor o estoque.

“O estado apenas pede que os pacientes voltem 10 ou 15 dias depois, para tentar ganhar tempo. Enquanto isso, doentes correm risco de ter rejeição do órgão e até perder a vida”, acusa.

fonte: O DIA

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