terça-feira, 3 de novembro de 2009

Protesto e dor na volta para casa

Mãe de rapaz morto retorna a Manguinhos e participa de manifestação

Rio - Cinco dias após a morte de seu filho, o estudante Rafael da Costa Ribeiro, 15 anos, baleado na cabeça durante operação da polícia no Complexo de Manguinhos, a doméstica Angélica Gomes Rocha, 33, voltou ontem à favela para participar de protesto organizado pela ONG Rio de Paz. Foi a primeira vez que o grupo realizou manifestação contra a violência em uma comunidade carente.


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Angélica voltou à favela para protestar contra a morte do filho Rafael.Nos moldes dos atos à beira-mar, amigos e parentes de Rafael seguraram cruzes brancas e cartazes pedindo justiça. O adolescente foi atingido quando levava o lixo para fora de casa. Moradores disseram que não houve troca de tiros.

“Ainda não tinha tido coragem de voltar aqui, mas tenho que ter forças para criar meus outros três filhos. Os policiais mais uma vez chegaram atirando e acabaram com o sonho do meu filho de ser alguém na vida. Eles estavam posicionados na mata e só um atirador de elite para acertar por trás a cabeça do meu filho dentro do beco estreito”, contou Angélica.

Diretor-executivo do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa apresentou um número chocante: 20.255 assassinatos no estado em mil dias. A estatística se baseia em dados do Instituto de Segurança Pública, de janeiro de 2007 a setembro deste ano, com a soma dos casos de homicídio doloso, autos de resistência, latrocínio e morte de policiais em serviço. Na protesto em Manguinhos, manifestantes seguraram 20 cruzes, cada uma simbolizando mil mortes.


fonte: O DIA online

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