 
                                         Pré-candidatos fazem promessas e travam batalhas judiciais no lugar das plataformas
Rio - Poucas propostas, muitas acusações e guerra jurídica.  Este tem sido o tom da pré-campanha eleitoral para a Presidência da  República até agora, especialmente entre os dois principais  presidenciáveis: Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). As propostas  para o País praticamente se tornaram coadjuvantes e as brigas entre  lideranças petistas e tucanas, personagem principal da disputa. O caso  mais recente envolveu denúncias de que o PT estaria montando equipe para  preparar dossiês contra Serra.
E as poucas propostas apresentadas até agora pelos pré-candidatos têm  sido questionados por especialistas. Como a ideia de José Serra de levar  um trem de superfície “a custos infinitamente inferiores” aos do metrô  até Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O engenheiro de transportes  Fernando McDowell vê um equívoco de custo e de modelo na promessa do  tucano. “Os trens de superfície são pesados, lerdos, tem que  modernizar”, afirma o engenheiro.
 

Foto: Arte O Dia
O cientista político Antônio Lavareda atribui a falta de propostas à  fase inicial da campanha. “Estudos mostram que não adianta agora  sobrecarregar os eleitores com muitas propostas. Ninguém consegue  processar tantas promessas e temas”, afirma Lavareda.
Entre as promessas em comum dos candidatos, Serra e Marina falam de  ações para evitar tragédias provocadas por desastres naturais. O tucano  falou em criar uma Força Nacional permanente e mapear as áreas de riscos  nos quase 6 mil municípios brasileiros. A geógrafa e professora do  Instituto de Ciências da UFRJ, Ana Luiza Coelho Neto, diz que a medida  teria que ter sido tomada “ontem”. “Temos capacitação técnica para  definir análise, reconhecer as diferenças de solo no Sul ou Nordeste e  criar medidas adaptáveis para diminuir o tamanho da tragédia.”
Mas por enquanto, a disputa maior tem sido nos tribunais. E a oposição  leva  vantagem. De 15 ações desde  janeiro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contra o presidente Lula  da Silva e Dilma por propaganda antecipada, houve condenação dos dois em  quatro. Sem  sucesso, o PT entrou com 11  ações contra o PSDB, o DEM ou José Serra.
SAÚDE E EDUCAÇÃO
Uma das propostas de Dilma Rousseff, a desoneração de remédios  não encontra apoio no Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de  Medicamentos (Idum). Para o presidente do instituto, Antônio Barbosa da  Silva, o problema não é o  imposto, até porque já houve  diversos incentivos tributários aos fabricantes, que, segundo ele, não  repassaram os descontos nas farmácias. “Os presidenciáveis têm que ter  coragem de enfrentar o mercado concorrencial que pratica cartel no  setor. Tem laboratório que representa 5% do PIB de um país europeu”,  afirma o presidente do Idum.
Sobre a proposta de Marina Silva de criação de um sistema único de  educação, nos moldes do SUS, o ex-diretor da Unesco , Jorge Werthein,  afirma que o  ideal seria a descentralização  de recursos do governo, mas considera essencial uma proposta  “apartidária” no setor.
 
  Raphael Zarko e Ricardo  Villaverde
fonte:O DIA                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            
 
 
 
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