Atirador de escola de Realengo deixou vídeos gravados dois dias antes do massacre em que fala sobre motivos do crime - O Globo:
Publicada em 12/04/2011 às 21h09m
O Globo
Wellington, no vídeo. Reprodução/TV Globo
RIO - Wellington Menezes de Oliveira - o atirador que matou 12 crianças e feriu outras 12 na Escola Municipal Tasso da Silveira, na quinta-feira passada - deixou dois vídeos, gravados dois dias antes do crime, em que fala dos motivos que o teriam levado a promover o massacre. As imagens, mostradas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta terça-feira, mostram que o próprio rapaz parece ter gravado o depoimento. Falando como se estivesse dopado e com um discurso confuso, Wellington diz que não agiria 'exclusivamente pelo que é conhecido como bullying', mas contra pessoas 'incapazes de se defender'. Ainda não há informações sobre a origem dos vídeos.
- A luta pela qual muitos irmãos no passado morreram, e eu morrerei, não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying. A nossa luta é contra pessoas cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem - afirma ele.
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Em outro trecho do vídeo, o atirador explica que tirar a barba que deixara crescer tinha sido necessário para 'se infiltrar' na escola, onde esteve três dias antes do massacre. Ele mesmo esclarece que estava gravando o depoimento na terça-feira, dia 5 de abril. E fala que é sozinho e não tem família.
- Hoje, é segunda, terça-feira, aliás. Eu fui ontem, segunda. Hoje é terça-feira, dia 5. E essa foi uma tática para não despertar atenção. Apesar de eu ser sozinho, não ter uma família praticamente... eu vivo sozinho, não tenho pessoas a dar satisfação. Mas, como eu precisava ir ao local e interagir com pessoas, para não chamar atenção, eu decidi raspar a barba - afirma.
Nas imagens, Wellington aparece sem barba e de camisa branca, como se estivesse segurando a câmera em sua direção, na frente do que parece ser um muro. A imagem, aparentemente, é a mesma que aparece na foto de uma página no site de relacionamentos Orkut atribuída a ele. O perfil, que seria falso, teria sido criado um dia após a chacina (quando o rapaz já estava morto), de acordo com o registro de atualizações da página.
Gravar vídeos anunciando seus crimes também foi uma atitude do responsável pelo maior massacre em escolas nos Estados Unidos, o estudante sul-coreano Cho Seung-Hui, que matou 32 pessoas e cometeu suicídio em dois ataques no dia 16 de abril de 2007 no Instituto Politécnico e Universidade Estadual de Virgínia, conhecido como Virginia Tech. Dois dias depois do massacre, a rede de TV NBC recebeu um pacote enviado pelo atirador. Dentro, fotos, um texto e um vídeo no qual Cho se comparava a Jesus. O vídeo fora gravado seis dias antes do massacre e enviado pelo próprio assassino às 9h01m do dia 16, no intervalo entre os ataques.
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