O DIA ONLINE - CIÊNCIA&SAÚDE - Dengue grave explode no Rio:
Rio - O Rio é o estado do Brasil que concentra o maior número de casos graves de dengue — que podem levar à morte —, segundo relatório do Ministério da Saúde divulgado ontem. Houve, nos três primeiros meses deste ano, no Rio, aumento de 88% dos casos complicados da doença em relação ao mesmo período de 2010, diz o documento.
Enquanto no primeiro trimestre do ano passado foram 567 casos graves, de janeiro a março de 2011 já são 1.064 — quase a metade do total registrado em todo o País (2.208). No Brasil, de forma geral, houve uma redução de 69% dos casos graves.
Ontem, o estado do Rio confirmou 27 mortes por dengue — 11 na capital — em 2011. No município, até agora, foram registrados 14.720 casos da doença — quase a metade de todo o estado: 35.274 casos.
“Os médicos têm a obrigação de alertar os pacientes com suspeita de dengue sobre os sinais de agravamento da doença, que são dor abdominal (não de barriga) e vômitos persistentes”, diz Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. “Retornar à unidade de saúde em caso de sintomas de agravamento pode salvar vidas”, afirma o secretário.
Ontem, o estado fez, pela primeira vez, uma capacitação exclusiva para médicos da rede privada. O treinamento ocorreu na semana em que foi confirmado o óbito, por dengue grave, da universitária Fernanda Freitas, 19 anos, que morreu menos de 12 horas após ter alta do Hospital da Barra, no sábado passado.
Mortes investigadas
“Existe uma comissão de óbitos no estado que avalia os casos. Investigamos se as mortes têm relação com erro médico. Mas independentemente disso, profissionais de ponta, que atendem o paciente, precisam de reforço educacional”, afirmou a subsecretária de Vigilância em Saúde do Estado, Hellen Miyamoto.
Hellen voltou a falar sobre a recomendação de que o profissional de saúde deva tratar como caso suspeito de dengue pacientes com sintomas da doença. “Queremos garantir que o profissional pense na dengue pela situação epidemiológica do estado”.
Hospital impediu pai de ficar com o filho
Mesmo sem diagnóstico, Pedro Henrique Melis, 16 anos, recebeu alta ontem de manhã do Hospital Municipal Juscelino Kubitschek, em Nilópolis, onde estava internado desde domingo com suspeita de dengue, como O DIA publicou ontem. Só à noite, a prefeitura confirmou que ele teve mesmo a doença.
Segundo o pai do garoto, João Batista Melis, 49, desde que deu entrada no hospital, Pedro Henrique permaneceu sentado em uma cadeira, tomando soro. Foi preciso o pai chamar a imprensa para que a unidade de saúde providenciasse um leito para o rapaz, que tem Síndrome de Down. “Depois que falei com a reportagem, o hospital me proibiu de acompanhar o menino. Não pude nem revezar com a mãe dele. Só tive direito de ficar com ele no horário de visita, das 16h às 17h”, contou.
Segundo o defensor público da União André Ordacgy, a lei garante acompanhamento nos hospitais para crianças e adolescentes, e portadores de Down de todas as idades. A unidade não pode definir qual dos pais acompanhará o paciente.
A Secretaria de Saúde de Nilópolis negou que tenha impedido o pai de ficar com o filho e informou que abriu sindicância para apurar por que o menino não foi colocado logo em leito.
Reportagem de Clarissa Mello e Pâmela Oliveira
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