quarta-feira, 23 de março de 2011

Niterói registra os dois primeiros casos de dengue do tipo 4 no Rio de Janeiro

Publicada em 23/03/2011 às 18h18m
Maria Elisa Alves



Rio - A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil informou que a dengue do tipo 4 chegou ao estado do Rio. As vítimas são duas irmãs de 21 e 22 anos, moradoras de Niterói. Elas apresentaram os primeiros sintomas durante o carnaval, no dia 6 de março, já se recuperaram e estão em casa. Segundo nota divulgada pela secretaria, a identificação do vírus foi feita por meio de exames laboratoriais realizados pela Fiocruz e a confirmação só ocorreu nesta quarta-feira. Como nenhuma das duas pacientes viajou recentemente, a investigação preliminar dos casos aponta para possível transmissão autóctone (dentro do próprio Estado).

A Secretaria de Saúde afirmou que já foram tomadas todas as medidas de bloqueio na área onde as irmãs moram, e de investigação epidemiológica. Segundo o órgão, não há motivo para pânico. A Secretaria ressalta que os sinais e sintomas do paciente infectado pelo vírus 4 não diferem daqueles causados pelos sorotipos 1, 2 e 3, assim como as recomendações médicas e o tratamento.

O problema da chegada do vírus 4, segundo especialistas, é que toda a população do Rio está suscetível a ele, o que pode causar uma grande epidemia. A Secretaria informou que Niterói apresenta, desde o início do ano, 604 casos suspeitos da doença - uma taxa de incidência de 123,9 casos por 100 mil habitantes e nenhum óbito pela doença.

Nesta quarta-feira, a secretaria divulgou as novas estatísticas de dengue no estado. De janeiro até o dia 19 de março, foram notificados 26.258 casos da doença. Os municípios com as maiores taxas de incidência de casos são: Bom Jesus de Itabapoana (3.111,6 casos/ 100 mil habitantes), Santo Antonio de Pádua (1.419,8 casos/100 mil habitantes), Cantagalo (1.351,8 casos/100 mil habitantes), Mangaratiba (688,5 casos/100 mil habitantes), Guapimirim (670,1 casos/100 mil habitantes), Seropédica (656,2 casos/100 mil habitantes), Magé (608,4 casos/100 mil habitantes) e Cabo Frio (493 casos/100 mil habitantes). Foram registradas 18 mortes, a maioria na capital (6).

Na última segunda-feira, uma criança de 1 ano e 9 meses morreu vítima da doença no Rio. Maria Clara Silva Martins, que morava em Nova Iguaçu, morreu na noite de segunda-feira no Hospital Cemeru, em Santa Cruz, na Zona Oeste. As outras cidades que tiveram óbitos foram: Nova Iguaçu (2), Duque de Caxias (1), Magé (1), Cabo Frio (1), São Gonçalo (3), Maricá (1), São João do Meriti (2) e São José do Vale do Rio Preto (1).

Os 14 bairros do Rio que enfrentavam até segunda-feira um surto de dengue se livraram na terça do problema . A reviravolta, um dia depois de a primeira área da Zona Sul - Cosme Velho - ter sido incluída na lista de locais em situação gravíssima , aconteceu porque os epidemiologistas da Secretaria municipal de Saúde passaram a analisar as estatísticas usando mais critérios para definir as áreas com maior risco. Em vez de levarem em consideração apenas a taxa de incidência superior a 300 casos por cem mil habitantes, que era indicativo de surto e atingia 14 bairros, passaram a observar também a curva dos registros - um método considerado mais moderno.

Isto significa que uma área só pode ser considerada em surto se, além da taxa acima de 300 casos por cem mil, estiver tendo, nas últimas cinco semanas de análise, uma curva ascendente no número de registros. Se, durante as cinco semanas, duas delas não tiveram crescimento, a curva não pode ser considerada ascendente e, portanto, não há surto. Foi ao fechar na terça-feira o balanço das últimas semanas que os 14 bairros com surto deixaram de tê-lo.


fonte : O DIA ONLINE

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