14/03 às 19h23 - Atualizada em 14/03 às 19h38
Jornal do Brasil
Célio Junger Vidaurre *
Pelas últimas notícias oriundas de Brasília, vê-se que a classe política brasileira passou a achar que, com a chegada de Tiririca ao Congresso, não só ele mas toda a população é constituída de verdadeiros palhaços. Nessa sociedade política dominante, que deveria ser superior a todas as outras, não se consegue perceber que seus integrantes tenham a visão correta na questão de proteger, pelo menos, aqueles que confiaram nos seus discursos teóricos sem qualquer conteúdo plausível.
É patente o desrespeito que esses congressistas demonstram com a nossa inteligência, chegando ao ponto de instalarem a tão esperada Comissão de Reforma Política composta, na maioria, de parlamentares envolvidos em casos escabrosos. Sabe-se que a composição dessa Comissão Especial deveria ser apresentada com deputados de ilibada reputação. Ao passo que, quando Paulo Maluf, Almeida Lima (carregador de pasta de José Dirceu), José Guimarães dos 100 mil dólares na cueca (irmão de José Genoino) e Valdemar Costa Neto, todos colhidos pela Lei da Ficha Limpa e réus em processos de corrupção eleitoral, que estão sendo julgados pelo STF e serão os mentores principais da importante Comissão, é de lascar.
Também integrarão essa Comissão Política o ex-senador e agora deputado Eduardo Azeredo, réu em processo de uso de caixa 2. A escolha de Tiririca para a Comissão de Educação e a presidência da Comissão de Constituição e Justiça entregue ao mensaleiro João Paulo Cunha foram os outros escárnios apresentados nesse início de legislatura. Entre 513 deputados que compõem a Câmara Federal, escolherem esses é porque, de fato, estão a fim de procederem como autênticos idiotas.
As transgressões exercidas por esses prediletos de seus pares levam-nos a acreditar que a ideia, pelo que parece, foi no sentido de desmoralizar a própria reforma, ou seja, não querem que se chegue a qualquer situação de credibilidade e, com isso, continuar tudo como antes no quartel de Abrantes: esses corrompidos incorrigíveis continuando a fazer das suas.
O que se lamenta é que essa trupe que vem dominando o Congresso Brasileiro não tenha a percepção de que uma sociedade humana é estabelecida para atingir o bem de todos, principalmente, nesse caso, aqueles inocentes que lhes outorgaram seus preciosos votos na expectativa de dias melhores para a população. A nobre arte de fazer política ainda está tendo no Brasil a insatisfação ao sentir que faltam quadros mais positivos, mais dignos, para exercê-la.
Do jeito que os homens de Brasília indicam para importantes cargos pessoas ridículas como essas, para solucionarem os problemas do país, não será novidade alguma se, amanhã, o governador Sérgio Cabral trocar o seu secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, por Fernandinho Beira-Mar. Talvez, não se terá tanta surpresa depois dessas últimas ocorrências. Na verdade, o eleitorado brasileiro precisa acordar para que essa gente desprovida do bom senso não tenha a oportunidade de continuar fazendo mal a todos nós.
Não era para ser assim, mas foi!
fonte: JB online
* Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político
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