Campo de Santana vira abrigo de moradores de rua e usuários de drogas - O Globo:
Publicada em 23/06/2011 às 23h48m
Waleska Borges (waleska.borges@oglobo.com.br)
A presença de moradores de rua vem afugentando os frequentadores (Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo)
RIO - O feriado de quinta-feira foi motivo para família da estudante Maria Clara Pereira, de 15 anos, que mora no Méier, levá-la para conhecer o Campo de Santana, no Centro. O passeio, porém, não durou mais do que 15 minutos. Assustados com a população de rua, maioria no local, os pais, avós e uma tia da adolescente encerraram a visita, pois não havia guardas municipais nem policiais militares no parque, com cerca de 122 mil metros quadrados, tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac).
FOTOGALERIA:Veja imagens do abandono
Frequentadores reclamam que o Campo de Santana - onde fica a sede da Fundação Parques e Jardins, responsável pela manutenção do local - sofre ainda com a presença de usuários de drogas, lixo acumulado, bancos quebrados e árvores centenárias destruídas. O local também abriga cerca de 500 gatos abandonados.
É uma pena que um local de grande potencial turístico, no coração da cidade, esteja abandonado. Ficamos com medo até de tirar fotos
- É uma pena que um local de grande potencial turístico, no coração da cidade, esteja abandonado. Ficamos com medo até de tirar fotos - protestou o engenheiro Eduardo Pereira, pai de Maria Clara.
Muitos bancos estão sujos ou quebrados. Na quinta-feira, por volta das 11h30m, moradores de rua faziam uma fogueira no local. Uma das voluntárias que cuidam dos gatos, a professora Ana Luísa Franco disse que o Campo de Santana costuma ter a presença de usuários de crack e maconha:
- Um dia, estava cuidando dos gatos e tive que sair correndo de pessoas com porrete na mão querendo me atacar.
Sem manutenção, banco do parque já sem parte das ripas de madeira (Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo)
Segundo Rosana Guerra, também voluntária, ONGs que cuidam de animais, reivindicam da prefeitura, sem sucesso, a redistribuição dos abrigos des gatos existentes dentro do parque e o recolhimento do lixo, que fica a céu aberto ao lado da região do bambuzal.
Sobre as denúncias de falta de segurança, a PM informou que mantém policiamento ostensivo 24 horas no local, com rondas feitas a pé durante o horário de funcionamento do parque. Na quinta-feira, porém, a equipe do GLOBO não encontrou policiais no parque.
Já a Guarda Municipal disse, em nota, que tem um alojamento dentro do parque, mas que ele está desativado. A previsão é que a falta de pessoal seja resolvida com o novo concurso em agosto.
A Fundação Parques e Jardins (FPJ) informou que já encaminhou ofícios à PM solicitando policiais no parque. Segundo a FPJ, a Polícia Civil também foi informada sobre a presença de bandidos, que teriam migrado da área da Central, desde a transferência da Secretaria de Segurança Pública para o prédio da Central do Brasil.
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