Nas operações que realizamos nesses últimos dois meses, em parceria com a Polícia Militar e a Polícia Civil, acolhemos mais de 400 pessoas em situação de vulnerabilidade social e usuárias de algum tipo de susbstância química. A grande maioria é usuária de crack, mas também identificamos usuários de thinner, principalmente na região da Zona Sul.
Ontem, na região do 2º BPM, dos 52 moradores acolhidos, boa parte deles, principalmente os menores, portava garrafas com o solvente. 'É mais barato, tio', disse uma menina de 14 anos e que confessou fazer uso da substância desdes os 9. Ela contou que é fácil conseguir thinner, pois muitas lojas de material de construção vendem o produto utilizado para dissolver outras tintas. Na maioria das vezes, os menores contam com a ajuda de um adulto para realizar a compra e em troca oferecem pequenos objetos roubados ou furtados como pagamento.
Esse fato é uma crescente. As pessoas que estão em situação de rua são levadas cada vez mais a usar esse tipo de substâncias destrutivas como o crack , o thinner e o oxi. E o percentual de crianças e adolescentes dependentes químicos é grande. A SMAS está intensificando essas operações de acolhimento, mas não pode trabalhar sozinha. Precisamos contar com a participação de todos, de órgãos de saúde pública e desenvolvimento social. Além da polícia, temos que ter a atenção da Justiça e da sociedade organizada. É preciso formar uma boa rede para que a gente consiga qualificar o atendimento, continuar a realizar esses acolhimentos, medicar quando necessário e ampliar a discussão sobre o problema para que possamos desenvolver outras alternativas eficazes de atendimento.
Postado por Rodrigo Bethlem
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