sexta-feira, 13 de maio de 2011

Razão Social: blog do caderno Razão Social sobre sustentabilidade - Razão Social: O Globo

Razão Social: blog do caderno Razão Social sobre sustentabilidade - Razão Social: O Globo:

A cada dia, pelo menos um boto é caçado e morto no estado do Amazonas. A população do boto vermelho (nome oficial do lendário boto rosa) diminuiu em cerca de 10% nos últimos dez anos, segundo a pesquisadora do Projeto Boto Estéfani Segato Fujita. O projeto, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, é desenvolvido na região da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, nos arredores da cidade de Tefé, no Amazonas, há dez anos. Aos poucos, a população da região está sendo conscientizada para o problema, mas os resultados ainda são pequenos.

Estive na Reserva Mamirauá na semana passada e pude ver de perto o trabalho do Projeto Boto. Em alguns dias, os pesquisadores passam até sete horas numa pequena canoa, observando os animais. Eles são marcados para que os pesquisadores possam acompanhar seu crescimento, reprodução e etc. Assim, eles também registram o tamanho da população da espécie no local. Segundo Estéfani, a maior ameaça para os botos na região é a caça para servir de isca para a piracatinga, um peixe que come carniça de animais mortos e tem alto valor na região:

_ Hoje há 13 mil botos e tucuxis (o boto cinza) na reserva. Mas a população continua diminuindo. Com um só boto os pescadores conseguem toneladas de piracatinga em poucas horas. É fácil e lucrativo. Mas eles precisam entender que estão levando o animal à extinção.

Os botos vermelhos (ou rosas) são endêmicos da região amazônica. Ou seja, eles não existem em outro lugar no mundo. Hoje, eles estão classificados na categoria Vulnerável da União Intenacional de Conservação, que mapeia animais em risco por todo o planeta.


A foto acima é do arquivo do Projeto Boto e mostra um tucuxi segurando um ramalhete de capim para atrair a fêmea da espécie. Não é a tôa a lenda do boto rosa que atraía moças de noite e as engravidava nas águas dos rios da Amazônia, eles realmente têm seu lado galanteador. Mas, nesse caso, o fato de eles terem poucas parceiras que têm apenas um filhote a cada quatro anos dificulta a perpetuação da espécie.

– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

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